segunda-feira, 14 de março de 2011

Terceirão AcrE! - Prólogo

Depois de um longo e tenebroso inverno (ou não! xD) Cumpro a promessa, aguardem pelos próximos capítulos!



---- Prólogo ----

A aula de Química ainda não nem havia começado oficialmente, o professor ainda não havia feito a chamada, o que era raro, ele adorava tirar o máximo de pontos possível dos alunos atrasados. Apesar de tudo isso, jpa me encontrava em um estado de desespero letárgico.

Voltei meu olhar para meu colega da frente, na esperança de puxar papo com ele, porém quando reconheci os cabelos volumosos de Júlia Gisler, mudei de idéia, eu odiava aquela guria de fala e expressão exageradas, vítima de complexo de diva. Olhei então para trás, porém Arthur Sabino já parecia roncar pesado, mesmo que ele estivesse acordado, não teria muito assunto com ele, apenas piadinhas fúteis.

Resolvi estudar a sala, meu hábito começara a se tornar comum desde o início do segundo semestre, quando Breno – acompanhado por Heitor – deixou a escola. Eu não precisava mais constantemente me abaixar para fugir de seus escarros nem imaginar as surpresinhas gosmentas que eu iria encontrar quando lavasse meus cabelos castanhos.

Quando uma rotina de tensão acaba, temos que encontrar algo para nos distrair.

Juarez estava estranhamente mais atraente aquela manhã, vestindo uma blusa regata. Eu invejei Júlia por estar sentada atrás dele, naquela hora, ele costumava cheirar muito bem no primeiro horário, como um colombiano para o baile.

Ele conversava algo com Viktor Nelson que era alto, tinha o rosto arredondado e cabelos negros. Nelson estava constantemente sorrindo ou sempre fazendo os outros sorrirem. Acho que era por causa de seu jeito alegre e atrapalhado que ele me lembrava o protagonista de Happy Feet.

Nelson fazia parte do grupo de pessoas que eu considerava pacíficas e divertidas, juntamente com Rafael Incaua e Eduardo Manchur ( o último nadador – sem comentários – se ele fizesse as sobrancelhas tentaria pegar). Os três costumavam falar baixo e trocar comentários irônicos durante a aula.

Observei Eduardo Nery entrar na sala afobado, ele me cumprimentou com um aceno, porém foi Júlia que respondeu ao seu melhor amigo. Ela achava que tudo girava ao seu redor, rodei os olhos com desprezo e dei uma olhada de soslaio para Eduardo.

Era quarta-feira, o que significava que teria a torturante aula de Educação Física de tarde, o que significava que ele estaria usando a bermuda do colégio, expondo suas pernas delicadas e delineadas – que eu apreciava muito. Elas continuavam bonitas, suspirei fundo, queria ter mais assunto com Eduardo, mas só falávamos sobre simulações e política e ele tinha o irritante hábito de fazer com que me sentisse idiota pelas coisas que não sabia.

Ouvi um comentário estúpido soar na sala e meu olhar posou imediatamente sobre Rafael Henrique. Ele tinha cabelos castanhos brilhantes, 1,93 de altura, acompanhado de mãos extremamente grandes e um nariz respeitável, capaz de salvá-lo de uma queda de um precipício, se, hipoteticamente, ficasse pendurado pelas fossas nasais. Achava-o egocêntrico e meio sem noção.

Mais sem noção do que ele, talvez fosse apenas Gabriel Gameiro ( um carioca baixo, malhado e marrento) ou mesmo Ricardo – que media quase 2 metros, era tão rejeitado quanto eu. Ricardo tinha a missão épica de ser eleito o macho-alfa da sala.

A frente dele estava Pedro que já anotava algumas coisas no caderno, ele era o que chamaria de meu tipo, não era muito alto e tinha porte de lutador de kung-fu. Adorava assisti-lo nos treinos de basquete, ele voava rumo a cesta superando a suposta vantagem de Rafael no jogo.

Perto dele estavam sentados Bruno e Daniel, os novatos de outra cidade. Bruno tinha um jeitão de diamante não lapidado, mas podia sentir seus traços de galã na pele. Já Daniel estava pronto, alto, com moicano em seus cabelos castanhos claros, olhos igualmente claros e sorriso torto. Daniel era sem dúvida um dos meninos mais bonitos da sala.

Seu brilho só era ofuscado apenas pelos olhos verdes, voz rouca e sorriso tímido de Yuri Kurovski. Este era a carne nova da sala, amor platônico inalcançável das meninas que esperavam que seu querido viking tomasse alguma atitude, coisa que ele não parecia querer fazer de jeito nenhum. Para a infelicidade de todos, inclusive eu.

Tudo que Yuri tinha de recatado, Carlo não tinha. Ele costumava despir as meninas (todas elas) com o olhar, era um “metralha” e, pelo que ouvira, se drogava com substâncias lícitas e ilícitas. Eu me pegava pensando às vezes se ele considerava mudar de time, ele tinha fama de ter uma boa pegada.

Deus sabe como estou precisando de uma. Merda, não devia ter metido Deus na história, é melhor já pedir ajudar para encomendar minha alma.

Há três ajudantes em potencial: João (que mede o mesmo que eu, está com a barba sempre por fazer, seu sorriso era felino quando falava com as meninas, sorriso que me dava arrepios), Gabriel Pasquarelli (ou só Pasqua, era fofinho, tinha fala mansa e voz rouca, rouquissíma, ele lutava para não perder a voz no meio de uma sentença) e por último, e não menos importante, Paulo Fernando.

Paulo, só de pensar nele meu coração dava um aperto. Ele era um homem feito, um dos poucos da sala, era tímido, tinha uma moral invejável e traços sedutores de um descendente de italiano.

Ai, ai, ai, Paulo, por que você é tão bom? E por que é tão evangélico?

- Ei, cara! – Michel Baltazar, o baiano deu um tapa no meu ombro e me tirou do meu culto de adoração ao Paulo – A chamada!

- Presente! – Respondi.

O professor Mário me olhou feio por cima das lentes quadradas de seus óculos. “Tu sabe que sua formativa é zero”, pensei ouvi-lo dizer, apenas o ignorei.

“Obrigado”, disse sem fazer som para o baiano de pele escura e porte avantajado (no sentido gordo de ser), ele era divertido, falava rápido, atropelando as palavras quando não o fazia gaguejava eternamente.

Atrás dele estava Luiz Guilherme, seu protótipo de nerd me dava nos nervos, não sabia se era sua cabeça desproporcional ou sua franja irregular que me remetia ao personagem Mandarke do Laboratório de Dexter.

Aconteceu um barulho alto causado pela queda de uma pilha de livros, o rosto branco de Victor Thierry atingiu rapidamente o tom páprica para a sala, o vermelho contrastava com seus singulares olhos azuis elétricos.

- Malz aê! – Ele murmurou entre os dentes e se abaixou para pegar os livros. Seus movimentos foram acompanhados por Alex Cortez com o olhar. Um roqueiro de cabelos compridos, cacheados e pretos, que quase tocavam seus ombros. Ele estava sempre com cara amarrada e tinha uma risada peculiar que podia ser literalmente representada por “kkkkkkkkkkk”.

O sinal para o segundo horário tocou e antes que o professor tivesse saído de sala, parte dos alunos atrasados entrou, entre eles Max.

Eu tinha vontade de passar horas estudando aqueles olhos verdes cor de musgo, passava muito tempo fantasiando como seria acariciar seus longos cabelos, loiros dourados, da raiz as pontas, eu conseguia imaginar sua textura entre meus dedos. Eu tinha que mordê-los quando ele resolvia sentar perto de mim, sabia que um dia não iria me conter e daria um puxão no seu rabo-de-cavalo.

Eu não conseguia imaginar sua reação quando esse dia chegasse. Se Alex – que dá pinta mesmo tendo namorada – me lançou um olhar fulminante quando acidentalmente toquei o topo de sua cabeça enquanto me espreguiçava, Max que era heterossexual-sem-dar-pinta ia ficar, no mínimo, em estado de choque.

Joguei meu livro de química embaixo da carteira e peguei o livreto de artes cênicas.

Seria mais uma aula torturante, já estava desistindo da vida quando ele chegou a sala.

Vivia me perguntando se Henrique sabia o quão atraente ele era. Se ele sabia das mechas ruivas que apareciam em seus cabelos quando ele estava no sol, se sabia quão másculo ele parecia quando ele crispava o lábio superior quando tinha uma pergunta.

Henrique chegava na sala confiante, com um olhar ausente como estivesse com muita coisa na cabeça. E sempre, sempre, usando calças slim que marcavam a bunda que ele não tinha.

Para mim aquilo era um desfile, o mundo perdia o sentido quando ele vinha andando em slow motion em minha direção.

Tudo que eu mais queria no mundo era beijá-lo dos pés a cabeça, sentir sua tentativa de cavanhaque no meu pescoço e ouvir sua voz chamando por mim.

Michel desferiu outro golpe.

- Acorda! A chamada! – Ele disse apontando para o professor Rômulo de Artes Cênicas que escolheu uma expressão de superioridade e maldade para me olhar, foi o suficiente para despertar desejo.

- Aqui – Respondi.

A essa altura do campeonato, o leitor já deve estar se perguntando se Júlia é a única menina da sala.

A resposta é não, poderia gastar tempo e linhas listando as meninas que ocupam a sala.

Mas a verdade é que prefiro não fazê-lo. Não são as meninas que fazem meu coração disparar com seus cheiros, gestos e vozes. Elas são irrelevantes.

Sou Thiago, um garoto que gosta de garotos.

2 comentários:

  1. dfiUSGGafhlifhms:DOFKDGNULSAIERBGKNRFHAGSHWIONYLGFASKLGFNHADGSMg,nakFANHSKJLGHLADSJKGFkluagsmNdlyasGLNHGSKULgmabnSKJDJLASKJGfiulabsKHGASDKJLNHASLghkLAUSNHDLKAGSmLGDFN<AS<Fhg

    CADE O CAPITULO 2!?!?!?!

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