quarta-feira, 16 de março de 2011

Terceirão AcrE! - Capítulo 8

--- Capítulo 8

Antes que eu pudesse perceber, o tempo continuou passando de maneira cruel e ligeira. Nesse meio tempo foi divulgado o resultado do vestibular do meio do ano, então o Terceiro E se despediu de alguns de seus integrantes que encontram a luz, Ricardo passara para Geologia, então Rafael Henrique se sentiu mais seguro, já considerava o título de macha alfa seu. Diziam que Arthur havia passado para Farmácia, mas Alex sempre dava sua risadinha quando Henrique falava isso, então eu desconfio que seja mentira.

Eduardo Manchur também passara em Geologia, então eu jamais saberei se ele um dia fará a sobrancelhas. As piores perdas, na minha opinião, foram por causa da Engenharia Mecânica que tirou Incaua e Carlo de nosso convívio, suas piadas e comentários sagazes vinham em momentos muito propícios (normalmente alguns segundos antes de convulsões espontâneas que tinha eu que enfrentar por causa do tédio).

As aulas se tornaram mas chatas e difíceis de se suportar, mas como disse antes, apesar do tédio o tempo passou rápido, a semana do saco cheio foi comprimida para dois (DOIS) dias (Maldito seja o Sigma!) e escorreu pelos meus dedos enquanto segurava meu controle de PS3.

A semana de provas já estava por vir, mas eu não estava nem um pouco preocupado. Estava relapso, calmo, ou seja, estava cagando e andando para ela.

Sabia que nenhuma formativa minha estava zerada – até então – o que significava que bastavam alguns décimos nas provas para que eu conseguisse cobrir o que devia na pontuação.

Eu também tinha consciência de que eu não podia continuar com aquela atitude, que era errado não se importar em conseguir uma boa nota. Contudo não me sentia motivado para estudar, acho que isso é comum para quem quer cursar Arquivologia ou Biblioteconomia.

Eu me sentia tão estranho, tão perdido.

O sentimento apenas se amplificou quando Max chegou naquela segunda-feira fatídica (dá até a impressão que minha vida se limita a segundas-feiras).

Assim que o viu, Júlia (ainda intragável, contudo quase suportável) afundou o rosto no caderno, Thierry ao seu lado soltou um choro alto e cênico, que era, por alguma razão, uma reação digna para a tragédia.

Entre nós, eu também tive vontade de chorar, Max cometera um pecado mortal, tirara o mundo do eixo, abrira os portões do inferno e massacrara meu tímido e sofrido coração gay.

Ele fizera tudo isto ao mesmo tempo e inconscientemente com o simples ato de cortar seus longos, lindos e loiros cabelos.

Se ele tivesse pelo menos tivesse feito um corte atraente e moderno, mas não deixara tortamente cortado e cheio de falhas, ai, estou sentindo uma pontada no peito, vou morrer de decepção.

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