terça-feira, 15 de março de 2011

Terceirão AcrE - Capítulo 3

-- Capítulo 3

Meu carma não andava generoso há quase duas semanas. Meu mês começou a ficar realmente interessante numa segunda-feira, acontecimento, no mínimo, inusitado.

Ninguém normal espera que algo de bom aconteça numa segunda, e muito menos em uma aula de Geografia do Brandão.

Mas foi o que ocorreu, já estava me preparando psicologicamente para uma semana do cão que estava para vir, as suas primeiras aulas (por mais que eu adore Física Moderna) estavam fazendo essa previsão.

No terceiro horário, a minha sorte mudou por completo. Alguém ouvira minhas preces, observei boquiaberto Henrique Bawden arremessar seu material para a cadeira a minha frente.

Epa, epa, epa. É isto, estou sonhando. Henrique raramente se sentava mais a frente e... CARALHO, era a aula do Brandão! Nem a estúpida da Júlia levava aquela aula a sério.

- E aí, cara? – Ele me cumprimentou, a frase foi acompanhada por um sorriso entre seus lábios maltratadamente rachados.

Eu gaguejei – ou pelo menos tentei – algo que soou como “Belê”.

Alex se sentou ao seu lado e trocou um sorriso cúmplice com Henrique. A razão estava sentada a sua esquerda, Kelly.

Por que estou perdendo meu tempo com eles?

Henrique está perto de mim, pertíssimo. Eu não podia perder esta chance!

Escute aqui. E preste atenção. Acredite em mim quando digo que perfeição existe e é inacreditavelmente real.

A perfeição tem nome e sobrenome e estava muito perto de mim, apenas centímetros nos separavam, menos de 30. Bastava esticar um pouco meu braço e seria capaz de tocá-lo.

Porém do que adiantava poder tocá-lo?

Passara dias, ou melhor, passara anos fantasiando com aquele momento, fantasiara anos com a chance de poder sentir o que era ter a personificação de todos meus amores platônicos (irrealizáveis) em um único cara.

Já perdera noites imaginando como seria beijá-lo.

Céus! Eu pareço tão feio perto dele, tão fútil, tão burro, tão gordo. Tão não atraente.

Ele nunca seria meu.

Seria muito errado, pelo menos tentar? Levantei a minha mão lentamente ao seu encontro...

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