quarta-feira, 28 de abril de 2010

"Obrigada, Júlia! Obrigada por infernizar minha vida!!"

Hoje o assunto é sério, porque eu estou arrasada, é um sentimento ruim, uma mistura de remorso, tristeza, baixa auto-estima, estou com o dedo pertinho daquele botão mágico (leia-se foda-se) que desaparece com todos os seus problemas.

Mas, eu não posso, ligar o botão dessa vez, pois se trata da minha irmã.

"Obrigada, Júlia!" A menina de dez anos gritou infeliz para a irmã que estava até então calada pois a bejamim tinha mandando-a calar a boca para ouvir com atenção seu escândalo emocional.
Como a mais velha não perguntou "Obrigada pelo o quê?" Laura se viu na obrigação de completar, "Obrigada por infernizar a minha vida!"
Então ela bateu a porta do quarto e foi embora.
E a mais velha então deu Graças a Deus, porque não tinha que ouvir mais os desaforos da menina de dez anos, aquele fora o último.
Ela está aqui agora falando na terceira pessoa.
Caiu a ficha, sabe?
Eu fui chamada de egoísta, ela disse a mim com desgosto que havia confiado de mais em mim, ouvi minha irmã aos berros mandando-me sair de sua frente, sair de sua vida, pois todos os dias, eu, aparentemente, destruo sua vida dela, assassino sua felicidade.
"Esse é um dos motivos que eu não queria ter nascido! Se fosse pra escolher ter uma irmã, nunca teria sido vc! As outras entendem as necessidades das mais novas, mas vc não!"
Então o desfecho, pela terceira vez digitado, "Obrigada, Júlia! Obrigada por infernizar minha vida!!"
A ficha que caiu, foi, Laura está virando uma mulherzinha, mulherzinha porque ela está se tornando o tipo de mulher que menos suporto.
O tipo que acha que o mundo só gira ao redor do seu próprio umbigo...
O tipo que acha que tem razão só porque sabe gritar...
O tipo que acha que venceu uma discussão pois o interlocutor simplesmente não tem mais saco de ouvir os absurdos que ela diz...
O tipo que acha que pode maltratar os outros ao seu redor só porque está pilhada de hormônios...
O tipo que sempre volta chorando para ser perdoada.

Com mulheres assim, eu sempre liguei o foda-se, sempre busquei me afastar, mas como eu posso me afastar da minha irmã? Como eu posso não me importar?
E o mais importante... Como eu posso permanecer com ela sem me machucar?
Como posso continuar sendo a mesma, depois que minha irmã caçula chorou implorando para que eu saísse de sua vida?

Meu dedo bate sobre o botão...
Vai ser tão mais fácil esquecer desse episódio... Vai ser tão mais confortável esquecer e culpar a porra dos hormônios...

Ai, ai, ai, ai...
Quem me dera se o meu problma fosse caçar demônios e salvar o mundo uma vez na semana, se minha vida fosse resumida a ganhar num jogo de cartas com meu Dragão Branco de Olhos-Azuis, quem me dera se a minha missão fosse matar o assassino dos meus pais e salvar o mundo bruxo!
Até ontem eu estava pedindo por mais emoção na minha vida, mais problemas para me colocar em movimento, agora, a inveja dos meus heroís fictícios, parece ter aumentado.

Ai, ai, ai, ai...
Aperto ou não aperto?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Já chutei o pau da barraca a muito tempo...

... o meu público fantasmagórico já deve ter percebido isso há muito tempo.
Já que a história do assassino foi assassinada, e ainda tenho vontade de escrever - mas nenhuma inspiração, falarei sobre a minha vida, que é tão desinteressante quanto uma novela clichê mal escrita.
Mas que se dane! Eu só quero escrever...